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Um novo site!

por Rennan Cantuária
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5 de janeiro de 20218 de janeiro de 2021

Escrevendo mais um projeto, né, meu filho? ¯\_(ツ)_/¯

SOBRE O AUTOR

Rennan Cantuária (@rennancantuaria) é sociológo, especialista em estudos linguísticos e literários e educador popular. Cria da Baixada Fluminense, acredita no olhar sensível e compartilhado sobre o cotidiano como caminho para outros mundos possíveis.

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O documentário Nilópolis ocupa a universidade: A experiência acadêmica nilopolitana traz uma série de entrevistas que abarcam os desafios vivenciados por estudantes e professores desse território na jornada do ensino superior.

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porto a tiracolo trinta e oito anos a vida como um

porto a tiracolo
trinta e oito anos
a vida como um tiro
que mata amiúde
o tempo muda o corpo
(com sorte e vice-versa)
cai cresce dói flui diminui
pra no fim se misturar
ao cenário que lhe faz
resta a alma o sentir o amor
afinal é tudo o que a gente tem
degraus fortuitos
tropeços despertos
quase sempre tudo certo
ainda bem 🌿

-

— fotos no Morro de Garatucaia e Praia da Sororoca em Angra dos Reis; Empório da Barreira e Poço Curumim em Mangaratiba; e casa em Nilópolis.

Devidamente filiado ao @ptbrasil, hoje reafirmo mi

Devidamente filiado ao @ptbrasil, hoje reafirmo minha jornada na luta por justiça social, dignidade e bem viver em Nilópolis e na Baixada Fluminense.

Agradeço ao @zecacarvalhodopt pela confiança e aos demais camaradas pela calorosa acolhida.

Vamos construir juntos uma Nilópolis democrática, que valorize suas potencialidades, garanta direitos e promova dignidade para as pessoas. Pra cima! 👊

Carta Aberta ao PDT Hoje foi um dia decisões dif

Carta Aberta ao PDT

Hoje foi um dia decisões difíceis. Em 2020, topei a difícil tarefa de auxiliar na renovação e no resgate do Partido Democrático Trabalhista em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Há muito, tenho Darcy Ribeiro como uma das minhas grandes referências enquanto sociólogo e educador. Além disso, tenho a certeza da urgência de resgatarmos as ideias e práticas de Leonel Brizola por todo o Rio de Janeiro - os CIEPs, a redução da violência na Baixada, a infraestrutura de saneamento e de combate às crises climáticas, a defesa da democracia.

Em 2021, na Secretaria de Saúde de Niterói e em plena pandemia, a oportunidade de participar da construção do Plano Municipal de Saúde Participativo, da implantação dos Conselhos Locais de Saúde e da escrita das cartilhas informativas do SUS foi, sem sombra de dúvidas, uma das experiências das quais mais me orgulho na política - seja como profissão, seja como vocação.

Já nas eleições de 2022, cumprimos a tarefa de construir a única candidatura do PDT na Baixada Fluminense a defender seu legado histórico e a trazer algumas das pautas mais caras para a região, mantendo a coerência à esquerda, ainda que sob duras consequências.

No último ano, na Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Nilópolis, pude auxiliar na análise de políticas públicas de resíduos sólidos locais, organizando seus indicadores de saneamento e ampliando o diálogo com a sociedade civil.

Entretanto, infelizmente, toda essa nossa efetiva atuação não foi suficiente para que nos fosse confiada a continuidade desse projeto no partido, que agora tomará novos rumos na cidade.

Desejo boa sorte à nova direção municipal de Nilópolis e aos camaradas que permaneçam. Fica aqui minha torcida para que o PDT siga firme na defesa de suas principais experiências e de seus valores históricos.

Agradeço ao presidente @carloslupipdt, ao deputado @chicodangelo e aos prefeitos @axelgrael, @rodrigoneves_rj, @manuelrosaneca e @rodrigonecaoficial pela oportunidade e por todo aprendizado até aqui. Foi uma honra estar sob as fileiras do PDT.

Eu continuarei na luta por justiça social, dignidade e boa vida para todo mundo que precisa. Outra realidade é possível. 🌱✊️

Eventos climáticos extremos não são um problema

Eventos climáticos extremos não são um problema novo, eles se agravam com o tempo. Toda a metrópole fluminense é originalmente entrecortada por rios, brejos e alagados, muitos deles danificados, contidos e encobertos pelo assoreamento, pela canalização artificial, pelo avanço da metrópole. Em 1988, por exemplo, a grande cheia devastou toda a região da Baixada Fluminense cortada pelos rios Pavuna, Sarapuí e Iguaçu, prejudicando cerca de 300 mil moradores.

Como resposta ao desastre climático de 1988, foram construídas a contenção de pedras e as duas barragens que podemos conferir no Parque Natural do Gericinó, em Nilópolis. Além de transformar o terreno mais baixo em uma grande represa quando necessário, são elas que impedem maiores desastres entre as cheias dos rios Sarapuí e Pavuna. Ao recuperar e concluir esse projeto nos anos 1990, o então governador Leonel Brizola acabou por conceber aquela que ainda é a principal infraestrutura de contenção de crises climáticas da região.

Entretanto, ainda nos anos 1990, pesquisadores alertavam sobre a necessidade de combater o despejo irregular de lixo nos rios e em suas margens como único modo de evitar efetivamente o assoreamento e futuras novas enchentes. Infelizmente, a previsão estava correta. Hoje, a iniciativa já não basta.

Não há solução individual ou isolada possível. Eu posso agir sozinho na reavaliação do meu consumo, na redução do meu lixo e no descarte adequado dele, a ação é justa e pode influenciar outras pessoas. Porém, se meus vizinhos não me acompanharem na prática, a ação é pequena demais para gerar algum efeito sensível.

Se apenas Nilópolis mobilizar o desassoreamento do Rio Pavuna, a ação pode não ser suficiente, pois o governo estadual e os demais municípios cortados pelo rio precisam fazer o mesmo.

Se os governos estaduais e federal, que possuem uma maior capacidade de investir e de desenvolver práticas de cooperação, seguirem adotando ações pontuais e fragmentadas, sem integrar entes federativos, instituições, empresas e sociedade civil conforme suas responsabilidades, capacidades e especificidades, sem desenvolver políticas públicas contra as causas e os efeitos, as ações seguirão ineficientes.

Sim, sua cidade terá outros eventos climáticos e

Sim, sua cidade terá outros eventos climáticos extremos. A afirmação não é uma previsão astrológica de réveillon, não é a visão pessimista após uma chuva de verão, tampouco se trata de uma leitura dos relatórios que apontam um maior efeito das crises climáticas nas periferias. O desastre é uma certeza diante do evidente agravamento das crises climáticas em nossa cidade e por todo o planeta.

Durante a última chuva em Nilópolis, minha rua encheu como nunca. Nos quase 25 anos morando na Baixada Fluminense, é a primeira vez que vejo a água alcançar todos os cômodos da casa. Para minha família, foi o pior evento climático desde a grande enchente de 1988. Mesmo com algumas iniciativas de enfrentamento às enchentes, tanto as públicas, como a limpeza recorrente da rua e dos bueiros; quanto as nossas, pessoais, como a manutenção do quintal de terra para absorção da água, a instalação de válvulas de retenção no sistema de esgoto e até o aumento no nível da calçada, nada deu certo.

Segundo o relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a estação pluviométrica instalada no Centro de Nilópolis anotou 115,6 mm de chuva acumulada em 24 horas, enquanto a estação localizada no bairro do Paiol anotou 95.4 mm no período. Na Chatuba, bairro fronteiriço do município de Mesquita, foi anotado 127,4 mm de chuva; enquanto no bairro carioca vizinho, Anchieta, a chuva chegou aos 94 mm, conforme o Sistema Alerta Rio.

De acordo com a Prefeitura de Nilópolis, essa foi a pior tempestade dos últimos 20 anos. Sem dúvida, são números excepcionais, mas esses índices tendem a se tornar ainda mais graves em um futuro próximo.

Por isso, decidi compartilhar alguns textos, assim, meio pessoais, meio analíticos, para além dos muros institucionais, e abordar a realidade da minha cidade como referência, trazer algumas contribuições científicas internacionais e construir possíveis (e urgentes!) caminhos.

Continua no próximo post! 😁

Não tive êxito em nada do que planejei em 2023.

Não tive êxito em nada do que planejei em 2023. O tempo é outro; o clima, tenso; nada dá certo. A realidade atropela minhas expectativas cotidianamente. O contraste entre o lugar onde estou e o lugar imaginado que falho em construir, atravessado por tanta energia cultivada, acumulada e ainda sem lugar, faz com que eu lentamente desapareça.

A angústia me acompanha, enquanto a melancolia insiste em desvelar aquilo que eu não quero reparar. Embora minha mente resista, meu corpo adoece. Eu preciso de uma revolução, mas só enxergo o conflito aqui dentro. Portanto, eu caio.

No breu, tudo é silencioso e calmo. O clima ameno contrasta com a brisa quente que sopra acima. Com a ponta dos dedos, sinto as paredes ao meu redor, o barro molhado atesta o nível de outrora. Você consegue sentir a umidade invadindo os pulmões? Afundo meus braços através da lâmina d’água abaixo de mim, mas não alcanço leito algum. Estico minhas pernas, uma de cada vez, mas meus pés nada tocam. Submerso além do pescoço, a água é límpida e fresca. Estou presente, aqui, agora, e reparo os sentidos. Encarar o fundo do poço concede motivos para voltar.

Por mais que eu tente, eu não consigo saber sobre tudo, não tenho o controle sobre o tempo, não domino todas as coisas e nem sou senhor do destino. O tesão fundamental é mesmo um segredo. Se há muita coisa que eu não sei, há um tanto que eu sinto.

Então eu me jogo às emoções ferais, da miséria à festa, grandes professoras, para reparar - notar e consertar - meus mais diversos sentidos. Os afetos são não-ditos que demandam sua tradução, palavra por palavra, transformadas todas em importâncias para que gestos, sensações e sentimentos sejam compreendidos enquanto saberes silenciosos.

Eu já sei bem mais em 2024. Eu não falho em tudo enquanto estou aprendendo. Afinal, não é sobre saber, é sobre sentir.

"O que espanta miséria é festa." — Beto Sem Braço.

Feliz ano novo! 🤍🌿

Há algum tempo, desde que desenvolvi minha pesqui

Há algum tempo, desde que desenvolvi minha pesquisa em literatura, tenho me dedicado a estudar os afetos, a percepção e as emoções humanas. Isso me impôs uma série de incompreensões e questionamentos sobre os caminhos que adotei. Para algumas pessoas, foi como se eu abandonasse as ciências sociais e a trajetória política que percorri nos últimos quinze anos.

Eu também me vi carregado de cobranças, preconceitos e ortodoxias. Por vezes ainda o faço, mas hoje encaro tais conflitos com mais naturalidade, ciente de sua importância, como lembrança e motivação para manter meus pés no chão, estar no tempo presente e não cair no erro de ligar o piloto automático rumo a um suposto destino já traçado. Assim, sempre atualizo meus 'termos e condições' da vida e reafirmo meus valores pessoais mais importantes.

Ao investigar aspectos (e afetos) mobilizados pelo livro 'A Resistência', de Julián Fuks, sob uma perspectiva do conceito de pós-ficção cunhado pelo próprio autor, acabei identificando características comuns relacionadas ao conceito de pós-verdade - o rompimento daquilo que socialmente define o que é real ou não - e de alteridade - a capacidade de encontrar e se reconhecer no outro, nas diferenças do outro. Percebi que a crise da ficção, a crise da verdade e a crise da alteridade parecem ligadas como fenômenos agravados pela instituição do regime neoliberal, pela consolidação do sujeito neoliberal e de seus valores - suposta liberdade, exploração de si mesmo, desempenho, transparência, infodemia, hiperexposição, positividade tóxica.

Diferentemente do que essa ideia preconcebida pode supor, PERCEPÇÃO e EMOÇÃO têm tudo a ver com a política. Depois de tudo o que passamos nos últimos dez anos, não podemos dissociar uma coisa da outra, como se uma análise materialista e histórica do neoliberalismo não demandasse uma melhor compreensão das causas e dos efeitos presentes em aspectos psicossociais da nossa sociedade, como se os AFETOS não compusessem a vida e como a vivemos. Enquanto o marketing digital permeia nossas sensibilidades e determina nossas identidades profissionais e pessoais, uma grande parte de nós vê sem reparar.

"Deixemos de coisa, cuidemos da vida".

Na sabedoria popular, há um ditado que diz que “não basta você ter dinheiro, você precisa parecer que tem dinheiro”. Esse é um valor evidenciado em boa parte das nossas interações mediadas pelas redes sociais, mas não se limita a elas. Há uma estética positiva que não se resume a roupas, paisagens, sorrisos e ideais de perfeição. Essa mesma positividade exige de nossas interações cotidianas relações que não dêem brecha para emoções, sentimentos e vulnerabilidades, principalmente quando há tanto para fazer, apreciar e mostrar resultados - ou, na linguagem das redes sociais, precisamos produzir, curtir e compartilhar ao máximo.

Se você chegou até aqui, tenho certeza de que já viu ou vivenciou algo do tipo. Por isso, acredito ser uma responsabilidade coletiva, isto é, de cada um e cada uma, a tarefa de nos conhecermos muito bem e rompermos com o espelho do que esperam de nós. Me refiro ao espelho, porque esperam de todos o mesmo, esperam que nos adequemos aos valores e à imagem que a nossa sociedade ratifica acriticamente, transformando esta vida no que o filósofo Byung-Chul Han chama de “inferno do igual”.

Apesar da ausência de sentido nesses valores, não se engane, você e eu também esperamos. É disso que se trata, nós também queremos ter sucesso, alcançar a felicidade e vencer na vida, nós também esperamos demais inclusive de nós mesmos. Essa é mais uma razão para que nós acreditemos que, por meio do pleno conhecimento de nós mesmos, nós podemos por fim deixar de parecer para ser.

Parecer,
perecer
para ser.

Neutro, nem nós, nem sabão, nem a Suíça. O que

Neutro, nem nós, nem sabão, nem a Suíça. O que a vida demanda é engajamento e rigor ético.

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